GeralInformação

Atrair Talento – A chave para reinventar o setor da construção

26/07/2024 Por

A transformação do setor da construção não depende apenas de investimentos financeiros, mas também de uma mudança cultural que valorize e priorize os trabalhadores. O setor da construção, com a visão e o suporte certos, tem o potencial de transformar as suas adversidades em catalisadores de inovação e crescimento sustentável.

O setor da construção tem assumido uma posição fundamental para a economia nacional, porém, enfrenta um panorama complexo, com desafios, que exige uma abordagem inovadora para sustentar o crescimento e a competitividade.

Um dos principais pontos críticos do setor é a escassez de talento, uma realidade evidenciada pelo Randstad Employer Brand Research (REBR), análise da Randstad que entrevistou 4907 pessoas em Portugal com idades entre os 18 e 66 anos. Os dados mostram que setores como saúde (57%), turismo, desporto e entretenimento (53%), aviação (52%), indústria (50%) e banca e serviços financeiros (49%) são considerados mais atrativos para trabalhar do que a construção. Este aparente desinteresse pelo setor é agravado por fatores como o envelhecimento da população ativa, a falta de atratividade para os mais jovens e a emigração de profissionais qualificados para mercados mais competitivos.

Para enfrentar esses desafios, é crucial que as empresas de construção invistam fortemente na sua marca empregadora. Segundo o REBR 2024, os critérios considerados mais importantes pelos profissionais na escolha de um empregador são: salário e benefícios (73%), equilíbrio entre vida pessoal e profissional (66%), ambiente de trabalho (65%), progressão na carreira (61%) e segurança do emprego (59%).

Embora a taxa de rotatividade e o desejo de mudar de emprego permaneçam estáveis em comparação com 2023 (13% e 25%, respetivamente), a análise revela que a remuneração demasiado baixa (54%), seguido do objetivo de melhorar equilíbrio entre vida pessoal e profissional (42%) e a falta de oportunidades de desenvolvimento (40%) são os três principais motivadores para procurar novo desafio profissional, neste momento.

O investimento em condições de trabalho atrativas, a oferta salários competitivos e benefícios, é fundamental. Mas também é cada vez mais importante a promoção de um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional, e a criação de um ambiente de trabalho positivo. As empresas devem procurar proporcionar oportunidades claras de progressão na carreira e assegurar a estabilidade no emprego para se tornarem mais atraentes para os potenciais trabalhadores.

Outro ponto importante é a necessidade de investir em programas de formação e desenvolvimento contínuo. Para mitigar a escassez de talento, é essencial criar parcerias com instituições de ensino ou desenvolver programas de aprendizagem que preparem os jovens para as exigências do setor. Preparar os profissionais para enfrentar os desafios futuros com as competências necessárias é uma prioridade inegável.

A formação relacionada com novas tecnologias, a adaptação às evoluções do setor e aos métodos de construção moderna é, neste momento, fundamental para preparar os recursos com as competências necessárias para enfrentar os desafios futuros.

Promover a flexibilidade e a inclusão no local de trabalho é outro ponto-chave na atração de talento. Políticas de inclusão, diversidade e igualdade de género não são apenas socialmente responsáveis, mas também trazem benefícios tangíveis em termos de inovação e desempenho. O setor da construção atravessa um momento em que tem a oportunidade de se reinventar e tornar-se mais inclusivo, acolhendo uma diversidade de profissionais que podem trazer novas perspetivas.

A transformação do setor da construção não depende apenas de investimentos financeiros, mas também de uma mudança cultural que valorize e priorize os trabalhadores. O setor da construção, com a visão e o suporte certos, tem o potencial de transformar as suas adversidades em catalisadores de inovação e crescimento sustentável, assegurando assim um futuro próspero para a economia nacional e para todos os que nela participam.

As empresas que entenderem e adotarem essa abordagem não apenas enfrentarão melhor os desafios atuais, mas serão também os líderes visionários, capazes de inspirar e atrair os melhores talentos para construir um futuro próspero e sustentável para todos.

Artigo escrito por Olga Pamplona. 

In Construir
(para ver o artigo original, clique aqui)