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A Vantagem competitiva da Exploração da Informação na Construção

29/08/2024 Por

A transformação do setor da construção não depende apenas de investimentos financeiros, mas também de uma mudança cultural que valorize e priorize os trabalhadores. O setor da construção, com a visão e o suporte certos, tem o potencial de transformar as suas adversidades em catalisadores de inovação e crescimento sustentável.

Clive Humby, Matemático e Cientista de Dados – uma profissão que em 2006 ainda não tinha esse nome – afirmou “Data is the New Oil”. Dezoito anos depois, com a emergência dos Large Language Models (LLM) como o ChatGPT, a frase é ainda mais certeira. O que agora chamamos Inteligência Artificial (IA) são modelos de linguagem que resultam de uma discreta acumulação de quantidades absurdas de dados trabalhados durante meses por computadores que consomem eletricidade equivalente a uma cidade. Correndo conscientemente o risco de obsolescência rápida, este não é um texto sobre Inteligência Artificial. Vamos antes discutir o que um quase-leigo em informática pode fazer com o que tem disponível hoje.

Cada negócio tem os seus dados, e a maior parte das empresas, mesmo as que operam no mundo físico, não sobrevive rentabilizar a sua informação. A Uber apresenta-nos o preço das viagens depois de estimar a duração, a procura na origem e no destino, a concorrência, a meteorologia, etc., em menos de um segundo. Um supermercado moderno conhece os preços dos concorrentes na sua região, quantas pessoas entram na loja em cada altura do dia e o que compram, o tamanho das filas e as caixas abertas.

A Construção, contudo, não é uma atividade singular, mas um setor responsável por mais de 5 % do PIB, na maior parte dos países. Se a compararmos com o supermercado, a Construção vai da vacaria à reciclagem da embalagem. Envolve investidores, autoridades públicas, gestores de projeto, projetistas, empreiteiros, fiscalização, vendedores. Um erro comum nas análises do setor é a generalização. As promotoras imobiliárias, por exemplo, funcionam em redes que tratam os seus dados com cuidado e segredo, mas boa parte dos pequenos empreiteiros são geridos pelo dono com a ajuda de um caderno e o telemóvel. Vamos, pois, focar-nos nas fases de projeto e construção e em algumas ferramentas que permitem melhorar a eficácia do negócio, usando a informação à nossa disposição. (…)

Por Ricardo Pontes Resende, Eng. Civil, Professor na Escola Tecnologias Digitais Aplicadas do Iscte Sintra e www.zumer.io, e Tiago Costa, Lic. Arquitetura e Eng. Informático, www.zumer.io. 

In Construção Magazine
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